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“Todos erram: a maioria usa os erros para se destruir; a minoria, para se construir. Estes são os sábios.” Nós vamos procurar ser os sábios actuais, ou seja, caro(a) educador(a), procure ser um dos sábios actuais. Só terá a ganhar… tente…
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1. Corrigir publicamente
Conceito:
- Expor o defeito de uma pessoa diante dos outros, ou fazer uma exposição pública do erro do educando
- Ofender os defeitos físicos de alguém
Conseqüências:
- Produzir humilhação e traumas complexos, difíceis de serem sarados
- Baixa auto-estima (sentimento ou preconceito de inferioridade)
- Perda do encanto pela vida
- Depressão
Conselhos úteis:
- Só se deve intervir publicamente quando o erro é público. Mesmo assim, é necessária a prudência, evitando assim colocar mais lenha no calor das tensões
- Não humilhar publicamente alguém, ainda que seja para nossa defesa
- Não ofender os defeitos físicos de alguém
- Ainda que alguém o decepcione, não o humilhe, chame-o em particular e corrija-o
- Um educador deve valorizar mais a pessoa que erra do que o erro da pessoa
2. Expressar autoridade com agressividade
Conceito:
- Uso da violência para corrigir
- Imutabilidade e teimosia (outra forma do uso da violência)
Conseqüências:
- Perda do amor por parte do educando, substituído pelo temor
- Controlo da inteligência ou sufoco da lucidez
- Reprodução da reacção do educador por parte do educando no futuro (formar pessoas que também reagirão com violência = formar violentos)
Conselhos úteis:
- Dialogar com os educandos (“o dialogo é uma ferramenta educacional insubstituivel)
- A verdadeira autoridade entre educador-aluno é conquistada com inteligência e amor
- Gestos como beijo, e outros de afecto, levam os educandos a acreditar que não correm o risco de perder seus educadores ou pais, nem tão pouco perder o respeito deles
- Não devemos ter medo de perder nossa “autoridade”, devemos ter medo de perder nossos filhos, ou educandos
3. Ser excessivamente crítico: obstruir a infância da criança
Conceito:
- Criticar imediatamente cada falha ou nota ruim ou atitude insensata
- Fazer uma seqüência de críticas a um indivíduo, às vezes em público
- Comparar seus comportamentos com os dos outros educandos
- Criticar obsessivamente alguém
- Maquinação do educando
Conseqüências:
- Infelicidade, timidez e fragilidade escondido por detrás da seriedade e da eticidade;
- Falta de alegria e espontaneidade entre o educador e o educando;
- Tristeza
- Pavor da crítica
- Medo de errar (medo de correr riscos)
- Obstrução da infância
Conselhos úteis:
- Não critique excessivamente e não compare um educando com os seus colegas porque cada um é um ser único do teatro da vida
- A comparação só é educativa quando é estimulante e não depreciativa;
- Dê aos seus filhos/ educandos uma liberdade para terem as suas próprias experiências, mesmo que isto inclua riscos, fracassos, atitudes tolas e sofrimento;
- Deixar certa margem de erro do educando para que este reconheça a sua fragilidade, amadureça com os erros, aprenda a tolerar, perdoar e a incluir.
- “A pior maneira de preparar os jovens para a vida é colocá-los numa estufa e impedi-los de errar e sofrer”. “...Temos de ter em mente que os fracos condenam, os fortes compreendem, os fracos julgam, os fortes perdoam. Mas não é possível ser forte sem perceber nossas limitações”.
4. Punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações
Conceito:
- Deixar escravizar-se pela ira
- Agir com a temperatura da emoção
- Lidar com a falha ignorando de que ela é uma excelente oportunidade para o educador revelar maturidade e sabedoria
Conseqüências:
- Baixa auto-estima do educando
- Perda do valor da sua vida
- Registo na memória de factos desagradáveis
Conselhos úteis:
- As crianças sempre cometem erros, e o importante é o que fazer com eles
- Jamais pune quando estiver irado
- A dor da palmada não estimula a inteligência dos educandos
- A melhor forma de ajudá-los é levá-los a repensar suas atitudes
- Praticando essa educação você estará desenvolvendo nos educandos o sentido da liderança, tolerância, ponderação e segurança nos momentos turbulentos
- Discuta as causas das falhas com os educandos e lhes dê crédito
- A melhor punição é aquela que se negocia; confie na inteligência dos seus educandos
- A maturidade de uma pessoa é revelada pela forma inteligente com que ela corrige alguém. Jamais coloque limites sem dar explicações. Para educar use primeiro o silêncio e depois as idéias. Elogie o jovem antes de corrigi-los ou criticá-los, assim ele acolherá melhor as suas observações.
5. Ser impaciente e desistir de educar
Conceito:
- Achar que é perda de tempo investir mais num aluno que repete com freqüência os mesmos erros
- Desistir de conceder mais uma chance para o educando mudar
- Querer apenas educar jovens dóceis
- Desistir dos alunos “insuportáveis”
Conseqüências:
- Perda do direito de estudar e de ter mais uma chance para mudar de vida
Conselhos úteis:
- Em muitos casos, a indisciplina do educando é uma reacção desesperada de quem estava pedindo ajuda
- Uma agressividade do educando pode ser um eco da agressividade que recebe em algum lugar
- O indisciplinado é vítima e não tanto um réu
- Ele vive num mundo sem cores
- Educadores brilhantes e fascinantes não desistem dos seus educandos ainda que os decepcionem ou não lhes dêem retorno imediato
- Por detrás de cada aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma criança que precisa de afecto
6. Não cumprir com a palavra
Conceito:
- Com medo de frustrar, prometer o que não pode cumprir
- Com a preocupação em evitar transtornos momentâneos, fazer promessas excessivas
- Dissimular e não cumprir com a palavra
- Não ser honesto com os educandos
- Medo de dizer não
Conseqüências:
- Perda do respeito pelo educador
- Possibilidade do educando projectar no ambiente social uma desconfiança fatal
- Possibilidade de se desenvolver uma emoção insegura e paranóica achando que todo o mundo o quererá enganar
Conselhos úteis:
- A frustração é importante para o processo de formação da personalidade
- Não dissimule suas reacções, seja honesto com os educandos
- Cumpra o que promete, ou não prometa o que não consegue cumprir
- Diga “não” sem medo
- A confiança é um edifício difícil de ser construído, fácil de ser demolido e muito difícil de ser reconstruído
7. Destruir a esperança e os sonhos
Conceito:
- Fazer acusações que confinam o educado ao fracasso
- Considerar o eduncando como um irremediável
- Ser cordeiro com os alheios e leão com os educandos
- Ferir continuamente seus educandos
Conseqüências:
- Perda da esperança e dos sonhos e, por conseguinte, dificuldades em superar seus conflitos
- Gravitação em torno das misérias emocionais e das suas derrotas
- Depressão do educando
- Dificuldade em encontrar dias felizes
- Falta de motivação para caminhar
Conselhos úteis:
- Não importa o tamanho dos nossos obstáculos, mas o tamanho da motivação que temos para superá-los
- Um eu passivo, sem esperança, sem sonhos, deprimido, poderá carregar os seus problemas até ao túmulo
- Como educador, venda sempre esperança
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Trabalho em grupo...
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*Comunicação feita em Janeiro de 2010, no "Seminário pedagógico", realizado no âmbito da formação permanente dos professores da Escola Missionária "Rosa Gattorno" no Soyo. Baseou-se principalmente nos "Sete Pecados Capitais dos educadores" apresentados por Cury (2003).
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Bibliografia
CURY, A. (2003). Pais brilhantes. Professores fascinantes. A educação de nossos sonhos: formando jovens felizes e inteligentes. 15ª Edição. Rio de Janeiro: Sextante Editora